sábado, 5 de abril de 2008

Encontro de Fans - São Paulo



Primeiro Encontro SUPERNATURAL Fans
São Paulo – Brasil


Que tal comemorar o aniversário de Sam Winchester encontrando outros fãs de SUPERNATURAL, para um domingo de diversão, jogos, teorias, bate papo, quizz, passar o dia falando sobre nossa série favorita, nossos personagens e tudo que tem de bom no seriado, e ainda conhecendo toda a galera que você já conhece pela internet?

Então, venha!

1º Encontro de fãs de SUPERNATURAL

No Parque do Trianon, na av. Paulista

dia 4 de maio, domingo

Ponto de encontro na fonte, onde é fácil de se reconhecer.

A partir do meio dia, até as cinco da tarde.

Leve algo de comer e de beber (não alcoólico) .

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Não é de São Paulo? Organize encontros na sua cidade na mesma data! De uma olhada na comunidade Sobrenatural/Supernatural Brasil, no Orkut, muitas pessoas estão fazendo tópicos para combinar encontros.


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Muita gente não entende a importância de nós, fans, nor organizarmos. Mas como fã clube, nós podemos participar em eventos, fazer eventos, divulgar nosso seriado favorito, e todo mundo que participa de fã clubes atesta: é divertido e saudável.

Assim, esse primeiro encontro tem como intuito não só juntar o pessoal que curte para se divertir, mas também começar a organizar um fan clube da série.

Para facilitar a identificação, estamos propondo fazer camisetas da série, tem maravilhosas idéias aqui no blog da Mill. Valeu Mill!!


Qualquer dúvida ou pergunta, podem postar aqui, eu ou a Marie nos sentiremos felizes em responder...

E quem quiser participar e ajudar a organziar as coisas, também será bem vindo.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Layout do bestiário...

Estou mexendo no lay out do bestiário, espero que gostem.

Estou me contendo e pensando nos meus frequentadores de banda lenta, quase coloquei um toca fitas tocando a trilha do seriado aqui no blog... se acharem que não vai ficar pesado demais, avisem. Afinal, somos um blog de texto, as postagens, mesmo com imagens são leves...


Mas a principal notícia dessas mexidas no visual é que nós temos ali um link de aliado: o Supernatural House (se entrarem no fórum deles vão me encontrar lá), página ótima e feita por pessoas muito bacanas.

Adcionei uma CBox, para comentários gerais sobre o blog e não específicos dos textos. dúvidas sobre algo do seriado? Postem na CBox que eu respondo.

Ainda hoje... o próximo artigo, sobre A Very Supernatural Christmas

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Episódio 3.07 - Fresh Blood


Os episódios do 3º ano de Supernatural trazem alguns problemas para a proposta original do blog, porque lidam com um viés diferente dos anos anteriores. Como o Sam disse no episódio 3.09, não é mais uma caçada, é uma guerra. Com isso, certos assuntos são aprofundados, enquanto outros passam a ser trabalhados de um novo ponto de vista. Existe mais especulação filosófica e algumas questões inerentes a jornada do herói ficam mais claras.

Como faz parte do objetivo do blog escrever sobre todos os episódios de todas as temporadas, não faria sentido eu falar agora sobre os vampiros. Afinal, o assunto já foi trabalhado e retrabalhado em episódios anteriores ( 1.20 e 2.03). Na minha visão, o ponto focal do episódio não são os vampiros, mas algo mais sutil.

Existe uma frase de Nietzsche, em Além do Bem e do Mal, que diz o seguinte:

"Aquele que luta com monstros deve acautelar-se;
para não tornar-se também um monstro.
Quando se olha muito tempo para um abismo,
o abismo olha para você."

Alguma semelhança com Gordon Walker não será mera coincidência...

Gordon é aquele que cruzou a tênue linha que separa os justos dos injustos. Podemos comparar sua atitude com as atitudes de Sue-Ann, a mulher do pastor Roy Le Grange (1.12). Não existe aqui uma monstruosidade consciente: quem se corrompeu acredita piamente que está fazendo o serviço sujo para o o lado do bem.

Dentro do caminho que todo herói traça (e cedo ou tarde nosso Sam também vai passar por isso, assim como Dean está passando), existe um momento em que ele passa pela "tentação". É a tentação do Orgulho, em grego, Hybris. O orgulho é o pecado que leva a todos os outros: a Hybris é a ofensa máxima contra os Deuses. O herói se defronta com essa situação quando sua caminhada chegou ao auge. Ele é positivamente um herói. É poderoso e respeitado. E isso cresce dentro dele, que se sente superior aos outros, capaz de julgar os outros, capaz de ser superior aos Deuses. Então, existem dois caminhos: o herói percebe que não é bem assim, que ele precisa de humildade. Ele ganha em sabedoria, se torna conhecedor de si mesmo, e segue seu caminho na direção de se tornar um sábio. Ou ele cai pela hybris, se torna orgulhoso, e assim como Lúcifer, se corrompe. Sua queda nesse momento é certa: cedo ou tarde, os Deuses vão lançar sua punição. E ela virá pelas mãos de outro herói, no caso de Gordon, ou de Sue-Ann. Em muitos mitos, virá pela mão dos Deuses diretamente, ou pelo destino.

Gordon foi nossa chance de ver essa lenta queda em direção ao mal, uma maneira do assunto vir a tona e deixar nossos heróis alertas, sem envolve-los diretamente.
Assim, Gordon aparece como um caçador zeloso demais, incapaz de ver em tons de cinza, que se torna cada vez mais desumano, ao ponto de se tornar, ele mesmo, o monstro que caçava. E mesmo tendo passado por tudo isso, ele não aceita encarar seus erros.

Ao mesmo tempo, Sam se encontra em um momento perigoso da sua jornada: ao matar Gordon, ele mesmo dá um passo a mais para longe da sua bondade natural, que é uma de suas qualidades mais heróicas. Ao contrário do vampiro, no entanto, ele enxerga isso, o que é uma chance a mais para sua salvação.

É bom lembrar também que o vampiro é uma metáfora para o lado sombrio da condição humana: o vampiro é aquilo que já foi humano, e agora, se alimenta da morte daquilo que ele foi. É nosso lado sombrio, aquilo que existe em nós e que não desejamos encarar. O vampirismo é o preço, alto demais, para um desejo que em si é prova do Orgulho: a imortalidade. Nenhum monstro representaria melhor a corrupção de alguém, do que os parentes do velho Nosferatu. Quando falamos do vampiro, falamos da nossa hybris, e de como ela ao mesmo tempo nos fascina e apavora.

O herói está sob o fio da espada: por um lado, o risco de ser morto ou se ferir na ânsia de fazer o bem. Por outro, a corrupção enganadora que o torna seu próprio inimigo.




imagem retirada da galeria do supernatural.tv o melhor lugar para pegar screencaps...

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Episódio 3.06 - Red Sky at Morning


A mão da glória é um dos artefatos mágicos que curiosamente tem seu uso documentado, em autos inquisitoriais e em acusações de roubo pela Europa. De fato, ninguém muito decente teria uso para uma Mão da Glória, um objeto cuja história está ligada a algumas feiticeiras e a um grande número de ladrões. Suas primeiras citações datam de 1440, mas o nome Mão da Glória foi citado só a partir de 1770. O nome originalmente designava um pedaço de raiz de mandragora, em francês, maindeglorie, uma raiz muito conhecida em magia, e que guarda semelhanças com o corpo humano.

Basicamente, a Mão da Glória é uma mão humana seca, retirada de um enforcado, cujos dedos estão posicionados para segurar uma vela. Essa vela, quando acesa dentro de uma casa com o devido encantamento, gera dois efeitos: sua luz só serve para seu portador, e impede que qualquer um dormindo na casa desperte. Para um ladrão, é realmente a glória: nada para interromper, um tipo de crime perfeito. Mas como um amuleto nunca é conseguido de maneira fácil, para conseguir uma mão da glória não basta decepar a mão do primeiro enforcado que vir...

O corpo tem de estar morto a menos de vinte e quatro horas, e a mão devia ser separada do corpo de um só golpe. Nesse momento também se pegaria cabelo e gordura do cadáver, para produzir a vela que a mão segura. Então, a mão seria drenada de todo o sangue, usando para isso um pedaço de tecido de mortalha, e mergulhada em uma mistura de sal, salitre, amônia, pimenta, e outras especiarias (o que lembra bastante o goofer dust), e guardada por duas semanas em um recipiente de terracota (um tipo de cerâmica). Depois disso, ela ficaria secando ao sol nos dias mais quentes do ano, ou, na falta disso, em um forno, onde junto seria queimado verbena e abeto.

A mão seria então moldada como um punho, onde se encaixaria a vela, feita com gordura humana, cera virgem de abelha e óleo de gergelim. O cabelo do enforcado serve para fazer o pavio.

Em outras versões, a mão é embebida em cera e cada dedo é aceso (ainda usando cabelo como pavio).

Uma vez dentro da casa onde planejava o assalto, bastava ao possuidor pronunciar um determinado verso enquanto a acendia, e ninguém que estivesse adormecido na casa poderia despertar. Além dessa propriedade mágica, a vela poderia ser até mesmo mergulhada na água semse apagar: apenas leite fresco, sangue ou a vontade do seu dono pode apagar a chama da vela, que igualmente, queima sem se consumir.

O Museu Whitby, na Inglaterra, possui uma Mão da Glória em sua coleção.

Existem inúmeras citações a Mão da Glória em filmes, seriados, histórias em quadrinhos e livros. Vale lembrar que Draco Malfoy, na série de livros Harry Potter é possuidor de uma Mão da Glória.


Para ver a legítima Mão da Glória, visite a página do Museu Whitby clicando aqui.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Episódio 3.05 - Bedtime Stories


Nada é mais falso do que dizer para uma criança que o mundo dos contos de fadas não existe. Dentro da visão infantil, o mundo fabular é tão real quanto o mundo cotidiano, porque é através dele que a criança (e também o adulto) trabalha com os símbolos e questões que habitam nosso subconsciente. Nas histórias estão instruções que nos orientam nas complexidades da vida. Os contos de fadas vão muito além das intruções óbvias, de obediência, honradez, sinceridade. Eles tem um sentido arquetípico que permeia as histórias e nos influencia e ajuda a resolver questões psicológicas profundas.

O psicanalista austríaco Bruno Bettelheim, em seu livro A Psicanálise nos contos de fadas, diz: "os junguianos frisam (...) que as figuras e os acontecimentos dessas histórias estão de acordo com fenômenos arquetípicos, e simbolicamente sugerem a necessidade de se atingir um estado mais elevado de autoconfiança, uma renovação interna conseguida à custa de forças inconscientes que se tornam disponíveis ao indivíduo”.

Uma das coisas presentes nos contos maravilhosos é a idéia de Jornada. O personagem principal empreende uma busca, seja por um objeto mágico, seja fugindo por sua vida, seja tentando atravessar a floresta ou chegar a um baile. Mesmo que fique o tempo todo no mesmo ambiente, ele tem um objetivo que o impele adiante.

O que torna qualquer história instigante e permite que nos identifiquemos e ao mesmo tempo nos faz aprender mais sobre nós mesmos é essa jornada, a jornada do herói. É a jornada onde o herói, o personagem, se transforma e se encontra consigo mesmo. (vou escrever especificamente sobre Sam Winchester vivenciando a jornada do herói, e então vou me ater mais nesse assunto).

Essa jornada nós empreendemos na nossa vida também: Quantas vezes nós não nos deixamos enganar porque queremos fazer o mais fácil ao invés do que é certo? E não é isso que põe em movimento a história da Chapeuzinho Vermelho? Cada história mostra situações que refletem situações não só do mundo físico, mas também dos nossos aspectos psicológicos. Em uma análise psicológica dos contos de fadas, todos os personagens podem ser diferentes aspectos de nossa mente, ao mesmo tempo, interagindo entre si.

Assim, cada criança encontra suas próprias lições nos contos de fadas, de acordo com o momento que vivencia, e tira das narrativas o que precisa para seguir com segurança, mesmo que inconscientemente. A cada repetição da história (e as crianças sempre pedem que se reconte as histórias), ela revive sentimentos e os retrabalha, ampliando ou substituindo significados, conforme suas necessidades naquele momento.

Muitos contos de fadas datam do período neolítico, quando os homens começaram a se fixar em cidades. Muitos elementos dos contos de fadas foram sendo modificados com o passar do tempo, sendo suavizados, como no caso de contos particularmente trágicos, ou cristianizados, em contos onde deuses e espíritos são tranformados em anjos guardiões, ou animais familiares viraram demônios, ou alterados para servir aos propósitos da sociedade de determinada época, ou o gosto de certo ouvinte. Muitas fábulas tiveram seu sentido alterado ou mascarado, mas ainda assim, suas mensagens sobrevivem.

Assim, a Bela Adormecida passa a despertar do sono pelo beijo do príncipe, enquanto que antes o príncipe a possuia em seu sono e ela só despertava quando seu bebê nascia e buscava o seio para mamar. A Chapéuzinho Vermelho passa a sobreviver, e no conto da Disney, a pequena sereia não vira espuma do mar no final. Rapunzel em versões mais antigas fica grávida do príncipe que sobe na torre (e é assim que a bruxa descobre que se encontram).

Apenas no século XIX os contos de fadas passaram a ser consideraods histórias infantis. Antes, eram considerados para todos os públicos, e adultos e crianças igualmente compartilhavam as histórias.

Os irmãos Grimm foram alguns dos que conscientemente modificaram as histórias para adapta-las ao público infantil. As+ectos sexuais e violênmcia são suavizados, e os vilões se tornam ainda mais cruéis. As histórias passam a ter menos tons de cinza entre quem é mocinho e quem é andido: os papéis ficam mais definidos (o que afasta um bocado da realidade). A moralidade vitoriana altera histórias para adequa-las a ensinar a moral de sua época.

A violência nos contos de fadas tem um motivo: é um modo seguro de lidar com conflitos psicológicos. Simbolicamente representados pelos temas das histórias, se tornam mais fáceis de entender e lidar com a ajuda dos contos de fadas.

Experimente. Observe os contos de fadas que mais mexem com você, hoje ou em sua infância, e analise o que eles te fazem pensar...



segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Episódio 3.04 - Sin City

Neste episódio, finalmente ficamos sabendo a identidade do YED. Mas quem ele é realmente?




Azazel é o demônio que os hebreus acreditavam ter domínio sobre os desertos, sobre os lugares onde Deus não agia, abandonados e selvagens.

Azazel é citado no Antigo testamento (levíticos, 16:8), quando se fala sobre a celebração do Yon Kippur, o Dia do Perdão. Nesse dia, eles pegavam dois bodes iguais, e jogavam a sorte: um, seria sacrificado no altar de Jeová, mas o outro seria libertado no deserto, carregando todos os pecados da comunidade, com uma etiqueta “para Azazel” amarrada nele. Esse era o “bode expiatório”, termo que usamos até hoje.

A etimologia do nome é obscura, o que é muito raro nos nomes judaicos, o que pode mostrar sua antiguidade. Existem diversas teorias sobre seu nome, mas eu não vou me ater a nenhuma em particular aqui já que nenhuma se sobresai como mais verdadeira.

No livro de Enoch, um dos textos apócrifos da Bíblia, Azazel é o anjo caído que ensina para a humanidade o feitio de coisas como armas e cosméticos, que não só levaram a humanidade ao pecado como macularam todo o plano divino. Toda a terra se tornou corrupta com os trabalhos que ele ensinou para a humanidade, por isso todos os pecados do Yon Kippur eram enviados para ele.

Assim sendo, Azazel é um dos grandes nomes do inferno, sendo um dos anjos caídos. Também foi um dos demônios que teve filhos com mulheres humanas. O Arcanjo Rafael o teria acorrentado em um buraco no deserto, em um monte que recebeu seu nome.

Azazel é o chefe dos Se'irin, os demônios bodes do deserto. É considerado o grande professor de guerra do Inferno, o grande organizador de exércitos.

Dentro do mito islâmico, Azazel é um dos Djins, os espíritos do fogo, que se recusou a adorar Adão e por isso, junto com seu gosto por donzelas humanas, foi expulso do Céu. Ele seria chamado de Eblis, “Desespero”.

No episódio 2.01, Im my time of dying, temos a primeira indicação de que o Demônio de Olhos Amarelos seria Azazel. Quando John Winchester invoca o demônio, ele usa o sigilo de Azazel.


Sigilo é uma “assinatura” mágica, usada para invocar e controlar demônios e seres sobrenaturais. Assim, quando John deseja invocar o demônio, ele usa o símbolo que representa seu nome. Mais sobre sigilos quando eu escrever sobre os episódios da segunda temporada...

É interessante notar a relação da cidade de Elizabethville, Ohio, com Sodoma e Gomorra. E que justamente neste episódio se nomeie Azazel, cujo grande crime foi incutir no coração dos homens o apreço pela carne e pela guerra. Em teoria, desde que Azazel desceu a Terra, toda a criação teria essa mácula. Dentro de um conceito judaico cristão, o ser humano seria naturalmente voltado ao pecado, marcado pelo pecado original instigado pela serpente, e fascinado pelos “brinquedos” ensinados por Azazel, que é “a quem se atribuem todos os pecados”.

Ainda assim, os habitantes de Elizabethville, assim como os de Sodoma e Gomorra, não precisaram de uma ajuda ativa dos demônios para se corromper. O prazer instigado pelos pecados já bastava: a corrupção natural dos seres humanos já fazia o serviço. Isso remete ao episódio 1.15, The Benders, onde os monstros são humanos, sem conecções com o sobrenatural. É interessante lembrar que mesmo entre monstros, nós mesmos ainda somos uma ameaça.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Episódio 3.03 - Bad Day at Black Rock

Podemos dizer, simplesmente, que o pé de coelho é um amuleto "hoodoo". Mas esse termo, que é largamente empregado no seriado, merece uma explicação detalhada.


Não podemos confundir voodoo, que é uma religião de raiz afro, com hoodoo, que é um sistema de magia popular que embora tenha raízes africanas, é americano, tendo influências indígenas e de magia popular européia. A tradição hoodoo coloca grande ênfase no poder pessoal, e sua forma é bastante desligada de teologias: o praticante pode pertencer a uma miríade de religiões diferentes, desde as africanas até o catolicismo.


Como outros sistemas mágicos vernaculares (regionais, populares). são atribuidas propriedades mágicas para ervas, raízes, minerais, partes animais e fluídos corporais. As práticas hoodoo tem características africanas claras de várias nações diferentes, que são refletidas em práticas, como o uso de encruzilhadas ou de detrerminadas substâncias.


Embora existam "hoodoo ladys" e "hoodoo doctors", pessoas que estudam profundamente esses conhecimentos, muita coisa da prática hoodoo está disseminada como conhecimento popular, especialmente nos estados mais ao sul dos EUA.


O hoodoo é uma rica tradição mágica, desenvolvida a partir da mescla de várias culturas e tradições, africanas, nativo americanas, cristãs, judaicas, folclores europeus, tendo uma forte influência dos imigrantes e daquilo que trouxeram de suas culturas originais. Embora possua características marcadamente negras, é praticado por pessoas das mais variadas origens. O início do hoodoo está em algum lugar a sudeste dos EUA, se espalhando até que nos dias de hoje pode ser encontrado em qualquer lugar da América do Norte.


O objetivo primordial dessa prática é permitir que as pessoas comuns tenham acesso a forças sobrenaturais para melhorarem suas vidas cotidianas, em coisas como jogo, amor, cura de doenças, trabalho, proteção, ou mesmo amaldiçoando um inimigo para impedir suas ações. Intrinsecamente, a prática não é boa ou ruim: o uso que fará dela depende de sua própria consciência. Poções, pós, amuletos feitos pelo praticamente, são a base original e rural do hoodoo, mas muitas coisas podem ser compradas feitas (na década de 1940 catálogos já vendiam pés de coelho e outros amuletos), o que podemos comparar aos “artigos religiosos” vendidos em casas comerciais no Brasil (e muitos desses artigos são semelhantes, como perfumes, incensos, objetos para rituais, velas, etc.).


É interessante notar, que no artigo da wikipédia sobre hoodoo, eles consideram que Supernatural é a maior fonte de citações hoodoo na televisão...

E o pé de coelho?

Para começar, não é qualquer pé de coelho que trás boa sorte. Se fosse assim, o coelho não teria perdido o pé (e essa é a desculpa favorita dos que não acreditam nesse amuleto). É preciso seguir uma série de detalhes na preparação do talismã. Em primeiro lugar, o coelho deve ser morto em um cemitério. E apenas a pata esquerda traseira pode ser usada como amuleto.

A maneira como o coelho deve ser morto muda de uma região para outra. Se possível, o animal deve ser morto com um tiro (alguns diriam usando uma bala de prata).


Também varia de uma região para outra se a lua deve ser cheia ou nova. Deve ser uma sexta feira; chuvosa ou ainda sexta feira 13, se possível. O pé deve ser seco e carregado consigo, possivelmente amarrado com uma fita vermelha para aumentar sua eficácia, e comumente é usado numa corrente ou como chaveiro.


O coelho é um animal conhecido por ser uma das formas animais em que as feiticeiras que dominam a arte da mudança de forma costumam se transformar. É um animal ligado a fertilidade, e a sorte que o pé de coelho trás a seu dono é tanto monetária quanto sexual. Existem fontes que acreditam que o uso desse amuleto remonte a totens de clãs africanos. Uma pista importante para o motivo dele trazer sorte é o coelho Br’er, um trickster mítico africano que aparece como figura folclórica nos mitos do sul dos EUA (e que pode ser visto no filme A Canção do Sul, da Disney, de 1946). Faz sentido que o pé de coelho, sendo o símbolo invocatório de um trickster e suas artimanhas (uma das grandes façanhas do coelho é que quando ele corre, suas patas traseiras alcançam o chão mais à frente das patas dianteiras), de sorte predominantemente para trapaceiros, jogadores e artistas, que são os que mais usos dão a esse amuleto


Pés de coelho, assim como ossos de gato preto, são usados em “conjure bags”, bolsas de tecido que contem um feitiço hoodoo (muito semelhante a um patuá, mas em tamanhos mais variados). As que contém pés de coelho estão ligadas a sorte rápida e realização de desejos.


É importante lembrar que perder um pé de coelho trás uma incrível má sorte, da qual é muito difícil escapar e que costuma ser duradoura.


Sobre o feitio do amuleto ocorrer em cemitérios, o hoodoo usa esse espaço e a terra vinda de túmulos para uma variedade de coisas. O pó vindo da sepultura de alguém bom (ou a sepultura como local de ritual) protege contra o mal e é usado em magias de proteção em geral; o pó do túmulo ou o próprio túmulo de um pecador é usado em maldições e outras magias nefastas.


O pé de coelho aparece em muitas cantigas folclóricas e letras de blues, e o presidente Theodore Roosevelt foi proprietário de um pé de coelho inseprável, engastado em ouro, presente de um “hoodoo man”. Na Europa, também aparece essa superstição, mas não encontrei fontes sobre isso.